O ano é novo, mas a lista é antiga?
- larissadearaujo1
- 2 de jan. de 2024
- 2 min de leitura

Começo de 2024, início de um novo ano, abertura para diversas escolhas, possibilidades, procura por vagas de emprego, de cursos, de concursos. A sensação de que opções infinitas são abertas nesta época do ano e então, a questão que aparece não é mais sobre conseguir ou não realizar todas as metas feitas para o ano, mas quais metas se deseja realizar.
No fim de 2023, o mal estar apareceu por não ter conseguido realizar tudo que foi proposto no seu início e, agora, a ansiedade aparece pelas inúmeras possibilidades. De repente, existem diversos cursos, aulas, faculdades e caminhos a seguir, um buffet a ser provado, o que se escolhe frente a tudo isso?
Ou melhor, será que é possível escolher algo novo antes de finalizar processos antigos?
Será que essas “novas escolhas” não são as mesmas realizadas no começo de 2023, mas com outros nomes?
Pois bem, quando nos deparamos com esse mar de opções é comum o surgimento de um sentimento chamado de angústia, aperto no peito, uma respiração pesada, uma agitação de pensamentos que começam a correr pela nossa mente, e parece que irão saltar pela nossa garganta. Em meio a isso, associamos esse sentimento ao fato de que quando escolhemos um caminho, estamos abrindo mão de todas as outras possibilidades que outros caminhos poderiam nos proporcionar.
Entretanto, a angústia que nos paralisa e, vez ou outra, dificulta a nossa tomada de decisão, pode ter uma raiz em um luto não realizado de decisões passadas. Frustrações e expectativas não concluídas, e aqui podemos pensar em um trabalho que foi desempenhado por muitos anos e que acabou abruptamente, em uma viagem que era muito desejada, mas não foi feita, em um relacionamento que foi interrompido ou algum acidente que ocorreu nesse percurso e arrebatou com os caminhos que até então eram certos na vida.
Logo, a angústia não está apenas associada ao que se perde quando se escolhe por um caminho e não pelo outro, mas também ao abrir mão do que já foi perdido para poder escolher pelo que se deseja.
Quantas vezes as marcas do passado são carregadas por nós e quantas vezes escolhemos a partir delas, e nos cercamos pela ilusão de que nesse ano tudo será diferente, mas usamos as mesmas referências?
Talvez um caminho possível seria a elaboração dessas escolhas, a elaboração das frustrações, das expectativas, do que deixou marcas que ainda sangram quando evocadas, do que foi idealizado e do que foi perdido.
Então, nesse buffet de oportunidades podemos conhecer outros gostos, outros aromas e, quem sabe, se alimentar de algo que sempre foi desejado, mas até então nunca foi provado.
Vale ressaltar que se você estiver enfrentando pensamentos ou sentimentos angustiantes no início do ano é muito importante não sofrer em silêncio. Existe um tratamento psicológico eficaz que pode ajudar a superar a angústia e auxiliar na elaboração desse processo.
Você também pode acessar recursos e apoio à saúde mental na página Orientações deste site ou entrar em contato para saber como posso apoiá-lo.