O que fica quando perdemos alguém?
- larissadearaujo1
- 31 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

Perdas são inevitáveis. Ao trilhar o caminho do nascimento até a morte, temos de passar também pela dor de renunciar, renunciar e renunciar a uma parte do que amamos.
Quando perdemos algo, todo o investimento que tínhamos feito naquilo que foi perdido precisa ser reelaborado. E por mais doloroso que seja, esse é o caminho necessário.
Freud escreveu que o luto, como sabemos, por mais doloroso que possa ser, chega a um fim espontâneo e, então, quando tiver terminado, reconstruiremos tudo o que a guerra destruiu e, talvez, em terreno mais firme e de forma mais duradoura do que antes.
Luto é o vínculo rompido, e ele é um processo. O processo de luto é um caminho que acontece a partir da perda para uma reconstrução de uma nova forma de vinculo. Mas dessa vez é preciso reconstruir um vínculo simbólico com o que foi perdido.
O luto é um grande percurso e a parte mais difícil é o silêncio, você não a ouve mais, não ouve mais a voz da pessoa, as broncas e os conselhos, e você não se vê mais a partir dos olhos dela. Esse silêncio e esse vazio que fica aos poucos precisa ser contornado, e no final desse processo você se percebe menos vazio e uma pessoa mais completa.
Pois nesse momento o vínculo foi feito dentro de nós, carregamos parte da pessoa que se foi dentro, no nosso dia a dia, no nosso pensamento, nas nossas atitudes e escolhas. E como apontou Freud, podemos construir algo mais firme, mais forte e mais valioso, pois temos parte do que se foi dentro de nós.
Se estiver passando por um momento delicado é muito importante não sofrer em silêncio. Existe um tratamento eficaz que pode ajudá-lo. Quanto mais cedo você conseguir suporte, melhor. Conte com ajuda profissional e/ou de familiares nesse momento.